pensamento solto

Got me over thinking #tumblr #sanity | Jusannity Mendoza | Flickr



respostas prontas não são eficientes. respostas eficientes são aquelas que te fazem pensar. (10 out 2022)

na vila não se trai a confiança dos outros porque pode dar morte. aqui no asfalto, pode trair à vontade, não dá nada. no máximo vão te chamar de recalcada. para todos os casos, o que falta mesmo é vergonha na cara. (01 out 2022)

tenho o rascunho. mas não tenho mais o bloco de notas. (20 set 2022)

sentimento horrível de ressaca moral, culpa e caos, após um furto por descuido. perder os documentos e cartões de banco não foi o pior dos problemas. o pior deles, foram as anotações, os pensamentos e devaneios, as poesias, letras e rimas escritas e que não terão mais chances de existir. palavras roubadas. não fazer backup foi uma escolha. não ter cuidado no meio da multidão, também. é isso: o dinheiro irá pagar os prejuízos materiais, certamente e somente. (17 set 2022)


a lei da facção é a tortura e a morte. a lei do colarinho branco é o enriquecimento ilícito. (08 set 2022)
 
a verdade sempre aparece. não necessariamente quer dizer que a justiça será feita. mas a verdade sempre aparece. (06 set 2022)

nessa vida é difícil até a ajudar as pessoas. (31 agosto 2022)

sou aquele tipo de pessoa que se deprime no meio do rolê. eu me deprimo do meio do rolê... sempre foi assim. (27 agosto 2022)

final de semana chega, preciso descansar e me sinto culpada porque devia estar trabalhando em casa, fazendo coisas que não consigo fazer durante o expediente de trabalho, porque não dá tempo. eu trabalho e não tenho tempo pra trabalhar. (20 agosto 2022)

no multiverso não temos nome, nem certidão de nascimento. temos número, código, cpf e cadastro. somos comandados por uma equação: o algoritmo. (17 agosto 2022)

já parou pra pensar que muita gente se chapa de rivotril pra conseguir trabalhar? e você aí, cheio de preconceito com quem se chapa de maconha pra conseguir lidar com a dor de viver. (11 agosto 2022)

para cada match desfeito, um unfollow. (16 julho 2022)

passo muito tempo sozinha aqui. não tenho com quem dividir minhas ideias ou quem me escute e me acolha com empatia, gratuitamente. o papel é o único espaço onde somente eu posso me julgar. por isso escrevo e compartilho com poucos aqui esses pensamentos soltos, a esmo. a solitude tem dessas coisas, aflora a criatividade e o falatório. (27 junho 2022)

a pandemia me ensinou a deixar correrem as lágrimas por baixo da máscara. não é por ele que eu choro, mal o conheço. eu choro pelo que me levou até ele. (26 junho 2022)

ironia do destino é retornar das férias ao som de highway to hell. (12 maio 2022)

o homem brasileiro tem medo de ser homem. (11 abril 2022)

normal é ser ansioso. chega a ser chique não prestar atenção no que está fazendo, se distrair com pouco, ignorar a presença de outras pessoas enquanto um fala. este é o quadro no "novo normal". (06 abril 2022)

tem dias que lavar a louça da semana é uma vitória. sair da cama, tomar banho e escovar os dentes são dignos de honra ao mérito. o corpo dói, pesa e os pensamentos ficam dando mil e uma voltas insistentemente. (08 março 2022)

a inteligência humana foi a bomba atômica da criação divina: para o bem e para o mal. (07 março 2022)

e o capitalismo segue fudendo nossa subjetividade, ditando-regrando-medindo como devemos viver e nos relacionar. é só comerçarem as campanhas de marketing para o dia dos namorados que os macho somem do app. (23 maio 2021)

há quinze dias: morte. sexta-feira: morte. sábado: morte. domingo: morte. segunda-feira: chacina, genocídio, crianças mortas, luto, guerra, morte, retrocesso. quanto ao amor, fria e dura verdade, nunca o tivemos por perto. (17 maio 2021)

sobre o aumento de nascidos gêmeos e sobre outros tempos em que fui bióloga: sempre que uma população se vê ameaçada de extinção, para que tenha mais chances de sobreviver, aumenta-se sua capacidade reprodutiva garantindo, assim, a perpetuação de seus genes e, consequentemente, sua espécie. por exemplo, as belíssimas floradas de uma determinada planta, nestas condições, podem estar relacionadas à escassez de água; nascimentos de ursos pandas gêmeos (em condições naturais) podem estar relacioadas à perda de seu habitat, seu território de ocupação e distribuição. seres humanos, diante de um vírus mortal, aumentam a prole. a corrida é pelos genes. ganha, quem se adapta melhor. não tirei isso da minha cabeça, o fenômeno é descrito em uma vasta bibliografia sobre economia da natureza e ecologia - meio reundante os termos aqui, mas faço referência à dois livros clássicos. outra literatura fácil e explicativa pertence ao autor richard dawnskin: o gene egoísta e a escalada do monte improvável. não é uma questão de "ah, que bonitinho, são gêmeos". a questão é que o ser humano é tão bicho quanto qualquer outro ser vivo que se encontra no planeta hoje. (20 abril 2021)

e morrem mil vezes mil vidas. cidades inteiras desaparecem. o descaso que sempre foi senso comum na favela, chega à classe média, ao condomínio beta. e os filhos dessa pandemia também nascem não sei por qual motivo, não vejo razão, mas estão a nascer na mesma proporção. e nascem e morrem todos os dias gente assim. ainda não vivemos o pior cenário, por pior que ele pareça ser agora. podem morrer mais que trezentas mil e sessenta e cinco, sessenta e seis, sessenta e sete vidas. a palavra colapso perdeu sentido. posso eu prever que os filhos da pandemia crescerão em uma sociedade em luto? ah, resiliência! oh, resistência humana! ah, esperança! me preparo para o luto que permanecerá tal qual uma geração. (28 março 2021)

é horrível ter que desconfiar de todo mundo, o tempo todo. (25 outubro 2020)

minhas redes sociais me sugerem pessoas. sugerem pessoas que talvez eu conheça. sim, conheço a maioria, mas é que eu não faço questão, mesmo. bug do algoritmo. (10 outubro 2020)

tem dias que me pego tendo uns pensamentos ótimos. vontade de escrevê-los todos aqui. mas, aí, eu me esqueço de anotá-los em algum lugar e acabo me 
esquecendo deles todos. (09 de outubro 2020)

é óbvio que você não irá se aproximar de mim. mesmo interessado. eu represento uma ameaça a todas as suas certezas. (17 julho 2020)

salvamentos na pandemia: palavras, web art, psicanálise, ecossocialismo, marxismo, séries, aquarela, inglês, leitura, adaptação, descobrir o que tem na vizinhança, observar a chuva, não pensar, aceitar (ajuda muito!), falar com pessoas conhecidas no instagram, dar um tempo e observar, gostar (cada vez mais) de estar só, ficar em silêncio, escrever de vez em quando. (16 julho 2020)

seu moralismo não vale de nada se você não faz o que diz. 
I'm not interested in what you share. I'm interested in who you are. (15th July 2020)

domingos nublados, cinzentos, frios e pós chuva deveriam ser feitos para passar o dia transando. fazer nada, só ficarmos deitados, tomando chá, conversando e se pegando, se aquecendo um no outro. (24 maio 2020)

imagino minhas feridas um pouco mais cicatrizadas, para que seja possível te amar sem sangrar. para que seja possível aprender sem subjugar, ser eu mesma sem me preocupar. que saibas que não te imagino perfeito, mas real. (25 abril 2020)

histórias de amor atravessam o tempo e as circunstâncias. (10 abril 2020)

ao assistir o último episódio de uma temporada, chego à conclusão de que é o amor que faz saporra toda funcionar. (04 abril 2020)

you taught me to kiss slowly. after you, nobody kissed me like you ever did that time. (2nd April 2020)

a boa educação requer sutileza. qualquer atitude que extrapola isso, é mero exercício de poder. (17 março 2020)

são consequências da análise: às vezes tenho saudades das minhas neuroses. (04 jan. 2020)

a maior ignorância é achar que sabe tudo. (18 dez. 2019)

foi fácil gostar de você. tão fácil quanto desgostar. (10 jul. 2019)

bebe e não resmunga. (conselho de um amigo, 29 jun. 2019).

os homens pensam. sim, eles pensam. mas agem menos do que pensam. quando agem. porque, às vezes, nunca agem. mesmo que pouco pensam. (09 abril 2019)

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